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Publicado 19/09/2017 - 09h15
Distúrbio borderline: emblema de nossa época
Você já dever ter notado: vivemos uma época de relações frouxas. Basta observar a si e ao redor para perceber que as pessoas estão com as estruturas emocionais mais fracas e dificuldades de suportar os trancos da vida. Vivemos um momento de insustentabilidade afetiva. Em um mundo onde críticas e opiniões dissonantes são respondidas com violência, frustrações e impedimentos não são suportados, o limite é inexistente, principalmente o do corpo. Parece que estamos mais irresponsáveis quando o assunto somos nós mesmos e nossos sentimentos. Você lembra do filme “Querida, estiquei o Bebê?”. Então, atualmente parece que há um exército de adultos vivendo como se fossem bebês esticados, agindo por impulso, surdos às negativas, com o poder nas mãos, e estrutura emocional fraca, quando não ausente. Dá-se a impressão de que é moda esticar o emocional imaturo ao máximo, celebrar o narcisismo. E, infelizmente, parece que esta moda pegou.
O papel da família jamais foi tão fraco, os pais estão mais inseguros e muitos sentem-se sem recursos pra alfabetizar emocionalmente os seus filhos. A interpretação do tempo é equivocada. Hoje está em voga pregar o tempo acelerado, a inexistência de pausa e limites, colaborando para a perda total da moral e para o esvaziamento dos valores.O resgate dos limites é essencial. Pode prevenir a violência e seu reflexo nos comportamentos explosivos, impulsivos, compulsivos (drogas, álcool, comida, consumo e mais). O limite é um sinal gravado no corpo, a impressão. Chama-se Borderline , a doença emocional da falta de limite e do sentimento de abandono afetivo. Você conhece suas bordas?
Para serem saudáveis, é preciso restituir o tempo da família, da respiração ,dos sentimentos, dos cinco sentidos,da história do corpo,dos limites e fronteiras. Só assim será possível (re)alcançar as raízes humanas e desenvolver o Ser pessoa , o Ser inteligente e o Ser humildade. Essa é um detox da individualidade, vaidade e violência. O caminho para a evolução e a resposta para muitas questões existenciais contemporâneas. Como anda sua organização interna? Como você ama? Como respira? Você é capaz de sentir seus limites e responsabilidades? Convido você a aceitar os desafios, sentir como eles afetam você, convido você a se ouvir cada dia mais, a se acolher e praticar o recolhimento. Que tal? Fique mais com você, e eu te encontro na próxima coluna. Até mais.