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Publicado 29/09/2017 - 08h10
Online & Offline
Somos quase todos dependentes da tecnologia. E a tecnologia, assim como nós, humanos, também falha. Em nosso mundo contemporâneo – em que estamos conectados quase o tempo todo, e muito ligados às redes sociais – os imprevistos, as interrupções, as falhas da tecnologia nos afetam demais. Há quem fique sem referência, como se estivesse no escuro.
Recentemente, tive uma experiência em que a tecnologia falhou e fui diretamente para a minha infância, quando a falta de luz era não era incomum. Queixávamo-nos um tanto, mas logo estávamos munidos de velas e fósforos e a escuridão parecia uma ótima oportunidade para ficar ainda mais próximos dos familiares e amigos para conversar…. a luz de velas. Muitas vezes íamos observar as estrelas e a lua. Coisas simples, que parecem extraordinárias na época atual, de muita conexão e pouca relação.
O mundo do entretenimento, da diversão (e da alienação) é a marca do nosso tempo. E não duvide: é alimentado pelo nosso desejo de não parar , uma forma de depressão, e bancado por uma indústria milionária, dependente da nossa desconexão com o nosso real SER . Porque é o tempo da pausa, o offline, que nos traz a real surpresa, a direção e o sentido da nossa caminhada nesta vida. Que nos proporciona o SENTIR, que é o olhar para dentro , escutar a nossa voz interna, a inner voice. O nosso sensorial acredite, tem olhos e um modo diferente de olhar a vida.
Muito mais que as curtidas das redes sociais, o tempo com nossos familiares e amigos, os diálogos e as atenções pessoais são essenciais para o nosso mundo interno. Já calculou quanto tempo (precioso) gasta em overtecnologia? A vida é feita de aproximação e afastamento. Assim devemos nos afastar da máquina pra nos aproximar do humano. Mas calma: sem perder ou excluir a relação com os dois. A integração nos traz evolução e riqueza. E para ela acontecer, dependemos dos nossos momentos de encontro conosco mesmos, e da escolha por estarmos presentes, em contato com o outro e com o mundo a nossa volta (incluindo a tecnologia).
Equilíbrio, você deve estar pensando. E é isso. A boa jogada é valorizar mais o seu tempo interno e regular o seu tempo externo. Minha dica é alimentar o sensorial, nossa inteligência emocional, da mesma forma que alimentamos a nossa inteligência cognitiva. Faça o teste. Com o tempo , creio eu, você perceberá que não necessita se preencher de likes, contatos superficiais, conversas vazias online ou offline. Parafraseando Nelson Mandela: nascemos para brilhar, para viver em abundância. E desejo uma semana abundante de afeto pra todos.