Desafios aos Direitos Humanos
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Publicado 26/09/2017 - 09h45

Desafios aos Direitos Humanos

Na semana que passou acompanhamos, à distância, os discursos dos principais chefes de Estado na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, a ONU, em Nova Iorque-EUA.
O discurso de abertura, feito pelo nosso Presidente Temer foi muito interessante. Como homem culto que é, saiu-se bem nas palavras, demonstrando grande conhecimento dos principais problemas mundiais envolvendo, direta e indiretamente, a questão dos Direitos Humanos. Infelizmente, nem sempre a situação no Brasil corresponde aos discursos dos seus governantes. Quem ouviu a mensagem de Temer, saiu com a impressão, falsa, de que o Brasil está se tornando uma nova Suíça. Não é o que estamos vendo nos jornais e noticiários. Basta citar a realidade vivenciada no nosso Estado vizinho, o Rio de Janeiro. Calamidade total na segurança pública, e em tantos outros aspectos envolvendo serviços públicos. Enfim, não basta discursar, tem que agir, e agir com correção.
Outro discurso que me chamou a atenção foi do Presidente Trump, dos Estados Unidos da América (EUA). Muito embora tenha um estilo agressivo e petulante, a verdade é que as três ameaças à paz mundial, por ele listadas, procedem bastante. Começou pela Coréia do Norte, dizendo que o homem dos foguetes (“Rocket Man” – Kim Jong Un) irá se arrepender, porque os EUA estão preparados para destruir a Coréia, em caso de ataques. De fato, cuida-se da principal preocupação internacional, atualmente.
Depois, passou pelo problema do Irã, e seu programa de armas nucleares, aliado ao fundamentalismo islâmico, que sustenta uma ditadura sanguinária naquele País. Para concluir, destacou o massacre levado a cabo pelo Presidente da Síria, Bashar Al Assad, que não tem qualquer pudor em lançar bombas químicas sobre a própria população, vitimando milhares de mulheres, crianças, e idosos. O que esses Países têm em comum, e não por acaso, é o regime de governo. Todos estão submetidos a ditaduras, sem qualquer espaço à democracia.
Pois bem. Os desafios são verdadeiros, e devem ser enfrentados. Não adianta, simplesmente, manter um discurso pacifista, com ideais nobres, mas que não se efetivam por si só. Alguns anos antes da Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill (que ainda não era Primeiro Ministro do Reino Unido), recebeu críticas duras no seu Parlamento, quando disse que a Alemanha estava se rearmando, em descumprimento ao Tratado de Versalhes (1919). Naquela época, muitos o consideraram lunático, e poucos deram crédito ao que ele sustentava. Poucos anos depois, a história demonstrou que ele estava certo, e os aliados quase perderam a guerra, por conta dessa letargia, especialmente, a França, que foi invadida pelos nazistas com facilidade.
Enfim, precisamos “ouvir” o discurso de Trump, e pensar em maneiras de controlar, preventivamente, a ação desses ditadores, que, em liberdade, apenas estão aumentado seus arsenais químicos e nucleares, e podem nos levar, tranquilamente, ao caos, com resultados terríveis à humanidade. Daí que a existência da ONU não se mostra uma obsolescência, como muitos veículos de comunicação defendem. Pelo contrário. Trata-se da principal instância democrática e diplomática voltada à preservação da paz mundial, e à proteção intransigente dos Direitos Humanos.
Os discursos, todos, tiverem um traço em comum. Percebemos que todos os Países desejam a paz e a harmonia entre os povos, porém, todos consideram que a luta pelos Direitos Humanos ainda está longe de ser vencida. Quase setenta anos depois da Declaração Universal dos Direitos Humanos, infelizmente, ainda não é uma realidade a implantação dos mesmos. Precisamos melhorar, rapidamente. Acredito na ONU, e assim como o Presidente da Coréia do Sul, um homem sereno, acredito que uma solução pacífica é a única maneira aceitável de por fim aos conflitos, seja na Coréia, seja em qualquer outro lugar do Mundo.