Sustentabilidade emocional e afetiva
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Publicado 16/10/2017 - 08h02

Sustentabilidade emocional e afetiva

Como viver em um sistema social de alarme eminente que nos provoca medo, insegurança e estresse(que aumenta nossa noradrenalina, desgastando nosso organismo vital e desafia nossa qualidade de vida)e ainda manter a potência e a sustentabilidade emocional afetiva? O hormônio é responsável em dar o sinal de alerta ao nosso corpo. Porém em demasia aumenta o medo e o alarme nos fazendo muito mal.
Olhando ao redor, nos deparamos com muita violência, degradação do planeta e desiquilíbrio das relações internacionais e também das relações familiares e pessoais. Grupos e mais grupos de pessoas se fecham e não estabelecem trocas, e vão pipocando aqui e ali como se fossem catapora.
E, daí, eu repito a pergunta: como viver bem nos tempos atuais? Qualquer ser humano com informação e sensibilidade não sai impune do ecossistema político-econômico-social-global. Coréia do Norte, Trump, Lava Jato, violência, terrorismo, extremismo. Desemprego, guerras, refugiados. O cenário, em parte, justifica o estresse, que resulta em isolamento, nas relações de emoções líquidas e de sentimentos rarefeitos. E assim, é feito nosso cotidiano que, por causas diversas, gera seres humanos de corpos acelerados pelo medo e pela falta de tempo, com dificuldade de conexão e de sentir o próprio corpo. Importante salientar que o sistema que se isola adoece!
O padrão de movimento do fluxo vital é a pulsação natural, isto é, expandimos e ampliamos nosso fluxo até a fronteira, o limite de cada um. E, daí, retornamos ao nosso centro e pulsamos. Contudo, o ambiente está moldando e influenciando nosso corpo e a nossa saúde.
Não é de hoje que o estresse tornou-se corriqueiro em nosso cotidiano, alterando a nossa saúde, criando doenças que resultam de um padrão de relação de medo e de encolhimento ao qual estamos nos acostumando, nos adaptando para “tocar” nosso dia a dia.
Um reflexo deste controle forçado – desta necessidade contemporânea de controlar medos – está na quantidade de seguros existentes: pagamos para assegurar a vida, a saúde, o carro, os danos de um hipotético incêndio, e por aí vai. Contudo isso não é suficiente para assegurar a vitalidade, a nossa saúde em vida. Quando o estresse se torna crônico torna-se muito danoso e perigoso para qualquer tipo de vida! Embora a ameaça que nos cerca possa vir do campo econômico – político – social, a mais intensa vem do nosso campo íntimo pela falta do contato com nossas sensações e sentimentos, enfim pela falta de atendimento das nossas necessidades básicas. E o reflexo interno desta combinação é muitas vezes o adoecimento emocional e mental. Não é por acaso que as doenças mais comuns na atualidade são os transtornos de pânico, a depressão, a ansiedade, o câncer, as doenças da tireóide, as auto-imunes, as de transtorno alimentar ( anorexia e bulimia ), a obesidade e a esterilidade. E também não é por acaso a presença dos antidepressivos no topo da triste lista dos medicamentos mais vendidos no mundo, acompanhado pelos √iagras e Cialis em segundo lugar!
Está a humanidade carente de afeto e impotente? Estamos mais desestruturados na nossa saúde emocional e afetiva do que 100 anos atrás? Este é um bom momento para refletir como cada um de nós contribui para a sua própria doença ou saúde e também de tudo ao nosso redor , aonde as trocas afetivas e a distribuição de benefícios possam realmente acontecer a todos os seres humanos e ao nosso planeta.