Considerações sobre o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID)
Publicidade
Publicado 07/11/2017 - 06h47

Considerações sobre o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID)

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) foi criado em 2007 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação (MEC), que naquele período passou também a induzir, fomentar e avaliar a política de formação de professores da educação básica (em parceria com o Conselho Nacional da Educação e outras entidades federais, estaduais e municipais). O PIBID se consolidou rapidamente, e faz parte de uma política fundamental de valorização da formação de professores para a educação básica.
Na Unicamp, o PIBID teve início em 2010. Dentre as 24 unidades de ensino e pesquisa da Unicamp, 11 são responsáveis pela formação de professores nas áreas de exatas, biológicas, humanidades e artes, com 23 cursos de graduação (diurno e noturno). Inicialmente, o PIBID-Unicamp era composto por seis subprojetos, abrangendo dez áreas de conhecimento. Gradativamente, todos os cursos de formação de professores da Unicamp passaram a se envolver com o PIBID, sendo que mais de 1000 graduandos já tiveram a oportunidade de participar do programa.
Na Unicamp o programa ficou a cargo da Comissão Permanente de Formação de Professores (CPFP), que tem como finalidade prover a universidade de subsídios no que se refere à sua política de formação de professores. Essa singular situação do programa na Unicamp proporciona um profícuo diálogo entre a equipe responsável pelo PIBID e a equipe que coordena o CPFP, sempre em interlocução com todos os coordenadores envolvidos com a formação de professores (coordenadores de graduação e coordenadores de área do PIBID). A política interna de formação de professores da Unicamp, que também envolve o PIBID, tem incentivado um amplo debate sobre a formação docente em nossa universidade, no diálogo com outras universidades e instituições como as Diretorias de Ensino Estaduais, a Secretaria Municipal de Educação de Campinas, a Câmara de Educação da Região Metropolitana e o Conselho Estadual de Educação.
Muitos aprendizados foram construídos no decorrer desses anos de experiência do PIBID na Unicamp, como se pode evidenciar, por exemplo, na coleção de livros “Formação Docente em Diálogo”, organizados pela Faculdade de Educação. Os conhecimentos desenvolvidos no âmbito do PIBID, assim como as iniciações científicas, trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses e artigos científicos produzidos na Unicamp e em outras universidades públicas brasileiras, atestam os desafios e possibilidades que um programa dessa envergadura tem gerado para a reflexão sobre a formação de professores no Brasil.
No entanto, desde 2015, o PIBID vem sofrendo ingerências da política nacional com o risco de ser descaracterizado ou mesmo extinto, o que vem exigindo maior atenção das universidades participantes do programa. Nesse cenário, a Unicamp tem se comprometido, conjuntamente com o Fórum Nacional do PIBID (ForPIBID), com o movimento de articulação para que o programa continue a vigorar no contexto nacional como uma política voltada para o aprimoramento da qualidade da formação docente inicial e continuada.
É importante reconhecer que as práticas formativas, estabelecidas na relação com as necessidades das escolas públicas, caracterizam-se como uma relevante ação universitária comprometida com a qualidade da formação docente, favorecendo a ampliação dos conhecimentos acadêmico-científicos no campo da educação.