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Publicado 24/11/2017 - 07h21
OLHOS :a janela da alma ?
Então, ao nascer, eis que surge a luz pela janela da alma: os olhos. A visão se dá logo após o nascimento. É um processo fisiológico, enquanto o olhar é um processo psicológico que carrega a influência do seu emocional, das suas histórias, das relações que teve ao longo do seu desenvolvimento afetivo.
A mulher dá a luz e reflete o mistério da vida. E é através do corpo da mãe que aprendemos a olhar para nós mesmos, para o outro, para a realidade ao redor. É por meio deste reconhecimento que passamos a Existir (assim mesmo, com letra maiúscula) e a desenvolver potência para afirmarmos o nosso Ser no mundo.Uma pessoa pouco tocada e olhada na vida pode se tornar uma pessoa que passa despercebida, como se fosse um corpo presente mas sem alma. Todos nos dependemos da forma como olhamos a nossa vida. A maneira como você olha e interpreta sua realidade é a maneira como viverá a sua vida. E o seu olhar depende de como você foi recebido e olhado no início de sua vida. Como sua mãe cuidou de você, esteve disponível, deu atenção às suas necessidades básicas.
É através dos olhos que se aceita a realidade da forma como ela é. É também pelos olhos que se pode negá-la ou fugir dela. Pelos olhos faz-se contato com tudo que dá prazer e também com o que dá medo. As fobias e o temor se refletem nos olhos. Imagine uma pessoa que olha a vida pelo ponto de vista do pânico, ela perdeu a referência, está desconfiada e assustada, tudo lhe é muito ameaçador, pois ela não discrimina o bem do mal, a fantasia da realidade, e assim qualquer pessoa que se aproxime pode ser um inimigo em potencial. Seus olhos estão contaminados por muito medo, e isso altera a sua percepção da realidade e a impede de se defender e de se proteger. Essa pessoa fica como um animalzinho acuado, com medo de tudo.
Ao mesmo tempo uma pessoa que teve referência e foco é atento à vida é confiante porque consegue identificar as reais ameaças e pode se proteger dos perigos reais.Ela se entrega pra alegria do viver, pois pode relaxar e ter prazer no seu cotidiano. Olhe para seus olhos e veja o que eles te dizem. Perceba qual tipo de olho você tem: olho doce, olho vivo, olho gordo, olho medroso, olho de peixe morto, olho brilhante, olho distante, olho sedutor, olho carente, olho assustado, olho distraído, olho terno, olho duro, olho irritado, olho desconfiado, olho frio, olho atento, olho corajoso, olho ausente, olho opaco, olho triste, olho alegre, olho controlador, olho carinhoso...
Como você olha/enxerga a sua realidade? Como você vive o seu cotidiano? Como você começa coisas novas na vida? Como você olha o fechamento de seus ciclos ou a sua forma de se separar? Tudo isso depende de como seus olhos funcionam. São eles os responsáveis pela percepção, contato e aceitação da realidade em que vivemos. Pelos olhos entram 90%das informações que recebemos, assim tudo que entra por eles podem influenciar a realidade de quem a vê! Daí a importância de uma referência clara da realidade, de ser atento e fazer contato consigo, com o outro e com o que o cerca. Só assim é possível discriminar que tipo de influência entra pelos nossos olhos no nosso cotidiano. E elas chegam não só através da mãe e do pai, ou da família. Elas chegam da escola e do social e também pela televisão, internet, jornais e pela mídia em geral.
A mídia, aliás, domina esse processo. Sabe exatamente o poder da imagem e como ela pode segurar a audiência e atiçar muitas emoções e sentimentos. Os reality shows são cada vez mais presentes nos canais de TV e podem influenciar o comportamento das pessoas que os assistem. Vamos dar uma espiadinha? Por que gostamos tanto de olhar a vida dos outros? Talvez essa seja uma forma de encontrar a ilusão de poder e melhorar a autoestima. Por exemplo: ao se deparar com um comportamento, com um corpo ou uma atitude pior que aquela que você sente que possui, você pode se sentir aliviado por ter a sensação de que o outro é mais deplorável que você.
“Ela é bonita, mas tem celulite”, “ele é famoso mas está muito gordo”, “ele é rico, mas é pedante e mal educado”, “Ela é perfeita, mas tão inadequada”. Quantas vezes você ouviu – ou falou- essa frases sobre a vida alheia apresentada na televisão? A baixa estima geral contribui para que mais e mais programas como estes “bombem” em audiência. As redes sociais têm o mesmo efeito, você sabe. A baixa estima está ligada a carência e à falta de um olhar pra si. Está ligada à superficialidade e ao “conforto” de olhar para outro e para o que está fora de você. Um hábito que gera inveja, manipulações e, portanto, muita violência para o mundo! Pessoas que sofreram alteração no funcionamento dos olhos durante a etapa de desenvolvimento, em torno do primeiro ano de vida, podem apresentar alguns comportamentos ou somatizações como distúrbio de atenção, falta de foco, fobias, dependência, ciúmes, inveja, medo de intimidade, radicalismo e mais.
Pessoas deprimidas, que tendem a olhar para o passado, ou pessoas ansiosas que tendem a olhar para o futuro, pessoas perdidas sem orientação, pessoas sem localização do seu espaço e tempo, pessoas que não conseguem se integrar, outras que não conseguem interagir e fazer contato, outras queixosas ou reclamonas...todas elas tiveram alguma alteração nos olhos e de telerreceptores ( olhos, ouvido e nariz). Portanto são pessoas que vêem, mas não enxergam a realidade porque estão desprovidas da intenção. Do ponto de vista somático, eu poderia observar também as doenças funcionais dos olhos mais comuns: astigmatismo, miopia, hipermetropia e presbiopia. Um exemplo: a miopia diz muito sobre a personalidade do míope. A pessoa que não enxerga bem de longe tem medo de ir longe... pois não consegue ver o que está mais adiante. Como ela só enxerga de perto, tende a controlar tudo que estiver ao seu alcance. O comportamento míope é carente e dependente do olhar do outro, necessita de bengala, tem medo de crescer pois não consegue olhar longe ,nem se preparar para cruzar horizontes.Tem muito medo de ir pro desconhecido! Com a recuperação da função ocular é possível que mesmo com a persistência da miopia orgânica este comportamento míope seja anulado, desaparecendo junto com o medo que o sustentava. Com a ampliação da visão e da consciência, é possível enfrentar o medo que está na base de toda patologia e, assim, se dá a modificação dos nossos padrões de pensamentos gravados, e também das emoções associadas a eles e que irão proporcionar aquilo que denominamos cura!
Nascemos para ver e olhar a vida dentro e fora de nós!
Fique de olho! Boa semana.