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Publicado 30/01/2018 - 07h45
Dia de Martin Luther King
Na terceira segunda-feira de janeiro, os americanos comemoram o dia de Martin Luther King.
Trata-se de um feriado nacional, de grande relevância, que foi instituído em 1986.
Martin Luther King Jr. foi um pastor protestante e ativista político. Tornou-se um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, e no mundo, com uma campanha de não violência e de amor ao próximo.
Como ministro Batista, King tornou-se um ativista dos direitos civis no início de sua carreira. Seus esforços levaram à Marcha sobre Washington de 1963, onde ele fez seu discurso "I Have a Dream".
Em 14 de outubro de 1964 King recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo combate à desigualdade racial através da não violência. Nos próximos anos, ele expandiu seu foco para incluir a pobreza e a Guerra do Vietnã, com um discurso de 1967 intitulado "Além do Vietnã".
King foi assassinado em 4 de abril de 1968, em Memphis, Tennessee. Ele recebeu postumamente a Medalha Presidencial da Liberdade em 1977 e a Medalha de Ouro do Congresso em 2004.
Por um acaso, estávamos viajando pelos Estados Unidos, agora em janeiro, e saímos normalmente para passear no dia desse feriado nacional (15/01). Não fazíamos ideia da importância do dia para os americanos. O comércio e as repartições públicas estavam todas fechadas, assim como, as principais atrações turísticas.
Pretendíamos visitar um museu no centro da cidade, contudo, tivemos nossos planos frustrados.
A comunidade negra fez uma grande festa pelas ruas de Fort Lauderdale, no sul da Flórida, com direito a apresentações artísticas e diversas manifestações culturais, com grande participação dos jovens, que nos causaram uma grata surpresa. Apesar da surpresa, ficamos empolgados com a felicidade deles.
De fato, cuida-se de uma personalidade ímpar na luta pela igualdade entre pessoas brancas e negras, nos Estados Unidos.
Por lá, inacreditavelmente, os negros foram altamente discriminados, mesmo após a escravidão, especialmente, em espaços públicos, por exemplo, nas calçadas e no transporte coletivo. Lastimável. Essas discriminações geraram indignação e revolta nos negros, o que culminou na luta pela implementação dos direitos civis, felizmente, de maneira pacífica, ainda que tenha havido grande repressão policial aos ativistas.
E o Brasil?!
Não vivemos algo semelhante em nosso País, porque nossa escravidão durou mais tempo, porém, não houve relevantes incidentes de segregação racial depois do seu fim. Em suma, a relação entre brancos e negros por aqui sempre foi mais amistosa, muito embora a adaptação dos escravos alforriados tenha sido difícil, e ainda seja um desafio no sentido da busca por uma igualdade material, e não apenas formal.
Daí a necessidade de políticas públicas afirmativas, que possam restabelecer a igualdade perdida, permitindo aos negros plena realização pessoal e profissional, por vezes, com a concessão de benesses para ingresso em faculdades e cargos públicos. Essas políticas, a nosso ver, devem levar em conta também a condição socioeconômica das pessoas, e não apenas critérios raciais. Também devem ser estabelecidas por prazo determinado, para se evitar uma acomodação futura.
De qualquer maneira, o orgulho que vimos nas ruas americanas, nessa data especial, poderia servir de inspiração para que a nossa comunidade veja de maneira diferente a questão da inclusão social e econômica dos negros, com menos preconceito, e mais esperança em uma sociedade mais justa e fraterna. Talvez o dia da consciência negra fosse uma oportunidade para isso.