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Publicado 23/02/2018 - 06h00
EU, VOCÊ , ELES E ELAS, TODOS NÓS
Na coluna passada, escrevi sobre o equívoco do “eu tenho, eu sou”. Da dor moral, ética, afetiva e nos ombros que essa inverdade causa. Convidei você a uma autoavaliação, a separar o ser do ter. Não espero que tenha encontrado o caminho definitivo nos últimos sete dias. Mas creio que chegou a algumas conclusões sobre o que você de fato deseja e que tenha se identificado com alguma pessoa ou grupo que denota, expressa, traduz suas vontades. Isso é bom. E ruim ao mesmo tempo.
Por que? Porque é bom se reconhecer e se autoconectar. No entanto, é preciso cuidado, porque em tempos de extremos, durante esse exercício, não raro, corre-se o risco de crer que o caminho encontrado é o único e o mais correto. Lembra-se de narciso? Pois bem, no contemporâneo, em que o coletivo é usado como discurso e o egoísmo impera, o narcisismo é latente, porque vivemos um estado permanente de medo e ameaça de que algo irá nos destruir ou faltar. Então, o medo de não conseguirmos sobreviver, coloca poder no lugar da potência, e cria um cenário ideal para quem acredita que prega a verdade e a realidade absoluta, negando tudo o que for diferente disso, ou de si. Um narcisista costuma se afirmar com violência toda vez que é frustrado, contrariado, respondendo com ódio e violência a todos que são diferentes dele. Exemplos: Donald Trump, Hitler, Stalin, Mao Tsé-tung ,Pinochet, Nicolás Maduro e outros que fizeram e fazem a história da humanidade Sapiens ser triste, autodestrutiva, violenta, autoritária. Mais uma vez: não precisamos ser escravos de nossas emoções e impulsos
Conectar-se consigo é o contrário disso. É encontrar a paz e a diversidade. Reconhecer o que não é espelho com respeito, como possibilidade. É resgatar o contato consigo e com o mundo. Pois o contato só consigo é uma perda de tempo e de vida, resulta em preconceito e involução. Até porque a verdadeira potência já nos traz a aquela agressividade natural e necessária para nos afirmar como pessoa , para nos defender e ter identidade na vida. Não precisa de uma força a mais. O ser humano coerente e conectado com sua essência não precisa destruir ninguém nem nada para Ser quem é, comunicar o que deseja e ter respeito e reconhecimento.
É um real Ser humano , integrado que obedece sua ecologia humana, que rege seu organismo e seu campo emocional, sua mente e seu espírito. Uma pessoa em evolução, com estrutura forte, que traz emoções e sentimentos para o mundo, para colaborar com a prosperidade de si, do outro, do social e do planeta.
Exemplos de alguns líderes com estrutura emocional mais equilibrada e que mostraram potência em respeito a si e ao outro, diferente dele, são Obama, Mandela, José Mujica, Gandhi ,etc.
Portanto, convido você a refletir o que é sua essência e o que é o respeito a sua vida e ao mundo em que sua vida habita. A verdadeira ética da vida é o afeto e a potência eficaz, para isto precisaremos sair da ignorância que temos em relação a nossa inteligência afetiva e emocional para podermos evoluir como espécie.