EU , VOCÊ, ELES, ELAS, TODOS NÓS, SEMPRE - E o retorno da potência feminina como exemplo de resgate , reconexão e expansão para o mundo
Publicidade
Publicado 16/03/2018 - 07h34

EU , VOCÊ, ELES, ELAS, TODOS NÓS, SEMPRE - E o retorno da potência feminina como exemplo de resgate , reconexão e expansão para o mundo

A história do feminino no mundo contemporâneo vem acompanhado de mais de 6 mil anos de cultura patriarcal, que é a lei do Pai, o chefe da raça humana, o patriarca, o poder exercido pelo homem. A mulher teve que se submeter e se calar dentro deste sistema para poder sobreviver. Na era matriarcal, período que antecedeu ao patriarcalismo, o poder era exercido pela mulher, em especial às mães de uma comunidade , pelo poder de dar a luz. Curiosamente existe uma raça de macacos chamados Bonobos, que possuem uma sociedade matriarcal, e as fêmeas dominam os machos e copulam não somente para procriar, mas também por prazer e assim mantém o poder .Por acaso é uma sociedade de macacos pacífica e bem humorada.
No Brasil, as mulheres que saem de casa para exercer este papel de chefe de família, aumentou. Representam 80 % das mulheres atualmente. Além do mais o Brasil tem uma quantidade significativa de mães solteiras que exercem todos os papeis na criação dos filhos. Eu acredito que esta seja a base da potência para o tão falado empoderamento feminino. Hoje abordamos a potência do feminino de um modo muito diferente do movimento feminista. A história do feminismo veio em ondas, começou no século XIX e início do século XX, ganhou mais força entre 1960 e 1970, e desde 1990 deu espaço para examinar outras desigualdades, tais como racismo, homofobia, classismo, colonização. As ativistas feministas, em diferentes lugares e momentos, conseguiram direito a voto, ao aborto, a contracepção, direitos trabalhistas lutando contra todas as formas de discriminação, a favor da igualdade legal e social das mulheres. Olho o empoderamento feminino atual como uma continuação destas várias ondas feministas do passado, mas mais estruturado e lapidado.
No meu ponto de vista a conquista do discurso atual está na recuperação da potência do feminino, na proposta da união de todas, no direito da mulher ser quem e como ela quiser, sem precisar destruir os homens. É sobre ser livre para fazer o que quiser com seu corpo. Libertar-se dos julgamentos, dos extremos, nutrindo a autoestima. Com isso, a mulher ganhou voz, quebrou o silêncio autodestrutivo que a submetiam e humilhavam mantendo-as caladas, estão expondo seus abusadores, os assédios sexuais e morais, as desigualdades salariais, as liberdades desiguais, recebem apoio de todas e do sistema social instituído pra proteção da mulher.
É impulsionada por pessoas que estão mais conscientes do que há 50 anos, pelo uso das redes sociais que levam multidões às ruas. Esta amplificação do que está acontecendo as tirou do lugar de vítimas e trouxe o reconhecimento do direito da mulher. Este fenômeno do feminino tem o poder de ser visto, ser ouvido e ser reconhecido em seu direito, levando assim o empoderamento a quem nunca teve, e extinguindo o tempo do machismo e de homens brutalmente poderosos.
Neste momento o feminino está encontrando sua força natural, sua identidade, sua coragem sem perder sua delicadeza e beleza , com o apoio de todas, algo orgânico e natural se expressa, e a mulher pode se afirmar sem violência e também sem destruir o diferente. E assim ela resgata sua potência e dá a luz a uma nova cultura, uma nova sociedade, mais igual, democrática, próspera e unida, "mexeu com uma mexeu com todas". Elas falam de potência, afeto, sororidade e não sobre poder, polaridade. É respeito e inteligência. Não é para aniquilar. É para somar.
"Educar um homem é somente educar um indivíduo, educar uma mulher é educar toda uma geração", Gandhi. Pensemos sobre isso e até a semana que vem.