A divulgação da ciência pode, e deve, ter uma variedade de opções. Há artigos em jornais, revistas especializadas, programas de rádio e TV, museus de ciência, livros, jardins botânicos e zoológicos, observatórios, planetários, entre outros. Mas uma ideia que vem ganhando mais adeptos no Brasil e no mundo é aproveitar um happy hour no bar para discutir sobre ciência. Há diversas iniciativas desse tipo, como o Chopp comCiência, Ciência ao Bar, Bar com Ciência, Café Filosófico, entre outros. Mas talvez o maior evento do tipo, de caráter mundial é o “Pint of Science”, que acontece esta semana (14, 15 e 16 de maio de 2018) em 56 municípios do Brasil e 21 países diferentes.

A ideia surgiu depois que dois pesquisadores do Imperial College London, Michael Motskin e Praveen Paul, em 2012. Nesse encontro, pessoas com Alzheimer, Parkinson, doenças neuromusculares e esclerose múltipla foram convidadas para conhecer os laboratórios dos cientistas e ver de perto o tipo de pesquisa que realizavam. A experiência foi tão inspiradora que a dupla decidiu propor um evento em que os pesquisadores pudessem sair das universidades e institutos de pesquisa para conversar diretamente com as pessoas e assim, em maio de 2013, surgiu o primeiro “Pint of Science”.

O “Pint of Science” foi trazido para o Brasil pela jornalista Denise Casatti, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC-USP), e ocorreu pela primeira vez no país em 2015, em São Carlos. A edição pioneira deu tão certo que várias pessoas se interessaram por levar o evento para suas cidades e, em 2016, Belo Horizonte, Campinas, Dourados, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro e São Paulo também tiveram bate-papos com cientistas. De lá para cá, o festival continua crescendo. Neste ano, o total de cidades será ainda maior totalizando 56 cidades, com representantes de todas as regiões do país, e mais temas serão abordados. O que não muda é que os coordenadores e cientistas participantes do festival não recebem remuneração – a ideia é compartilhar e debater o conhecimento de forma voluntária – e os bares e restaurantes que cedem seu espaço não cobram entrada.

O público paga apenas o que consumir.

Teremos debates em bares onde a Unicamp tem Campi (Campinas, Limeira e Piracicaba). Para ver a programação completa, ver: https://pintofscience.com.br/programacao/

A programação é diversificada, com temas de interesse para todos os gostos. Os debates são animados, e as apresentações são curtas, para permitir que haja bastante conversa entre os participantes, em um clima bem descontraído. Vale a pena conferir esta novidade, que está crescendo cada dia mais, e representa uma forma inspiradora e divertida de falar e discutir sobre ciência.