Essa não é uma carta de amor qualquer
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Publicado 22/06/2018 - 11h17

Essa não é uma carta de amor qualquer

O amor é fundamental para a saúde e uma das principais fontes de nutrição na vida. Quem diz isso é a neurociência e não eu.
Comprovou-se que os que foram amados por seus pais e cuidadores desenvolveram um cérebro maior e mais uniforme. Rico e nutrido. Veja só a importância do amor na vida e nas pessoas. É, de fato, a base fundamental da experiência do ser humano, um tema que existe desde o início da vida.
É um sentimento poderoso, manifestado e sentido de muitas formas. Eu gostaria de convidar você a analisar a sua forma de sentir, manifestar e compartilhar o seu amor. Topa? Para começar, vamos desviar de um formato, só de amor. Vamos expandir para crescer. Afinal, não existe só o amor de um casal , mas também a relação de amor desta pessoa com os seus iguais, sua família, seus amigos, seu mundo, suas crenças, seu planeta. O amor materno, paterno , fraterno, familiar, erótico, o amor próprio, o amor a Deus ou ao seu Deus.
Quando é maduro é nutrido por responsabilidade, cuidado, calor, respeito e reconhecimento. É sobre
Estar presente, conhecer as necessidades e a singularidades do ser amado, respeitando, nutrindo e incentivando sua individualidade e liberdade. Quando é imaturo contém dominação, submissão, possessão, competitividade, parcialidade, dependência, ciúmes etc.
Quando crianças amamos simbióticamente, isto é ,de uma forma dependente, e é muito bom neste tempo infantil. É o verdadeiro amor infantil, que quando levado a para o tempo adulto faz a autoestima do amante cair vertiginosamente. Há ainda o amor triangular, que inclui sempre um terceiro, e que também é infantil, gera insegurança, conflitos, ciúme, exclusão, dor e traição.
O amor incestuoso é tabu, proibido e provoca loucura e tragédias, é só olhar o mito do Édipo. Até aqui acho que você já sabe responder para si como você ama e se orienta na vida: através do medo infantil ou pelos valores da maturidade?
Inclua agora o comportamento amoroso cada vez mais comum na atualidade: o consumista. Aquele em que os vínculos afetivos-amorosos podem ser descartados, trocados. Em que tudo, inclusive o amor, é superidealizado, possível e fácil no virtual, narcisista. Exagero? Quantas vezes você viu alguém, ou foi o alguém que trocou ou foi trocado na primeira crise ? Quantas vêzes você viu alguém ou foi o alguém que esfriou a cabeça e esquentou o coração para consertar uma relação, rever e vencer a crise?
Você têm as respostas e as escolhas. Todas e toda a chance de amor. Já está entendendo como você ama? Se não, reflita: você reedita as relações amorosas que não deram certo? Supervaloriza e idealiza o amor?
Vive a sonhar com o parceiro ideal? Perfeito?
Sem o seu amor se sente fraco, impotente e incompleto? Se a resposta para essa última pergunta for positiva isso quer dizer que é plenamente saudável caso tenha menos que 15 anos.
Mais? Tenho. Será que você busca o amor como uma forma de compensação das suas faltas? Busca o outro por carência? Costuma sentir baixa estima na relação?
Ou será que está sempre muito bem, sentindo-se incrível e por isso agindo de forma arrogante, agressiva e depreciativa com o ser amado? Você busca amor só para gratificar-se? Ou ama para se vingar? Ou ama só para relaxar?
Sente ciúmes? Triangula todas as relações? Tem a fantasia de que o grande amor nunca é o que está com você? Age de forma sedutora , gosta de impressionar? Surpresa: isso quer dizer que tem medo do julgamento do outro e, provavelmente, nunca se arrisca nem se entrega.
Ou você é aquela pessoa que não sente nada, tem bloqueio no afeto, e não consegue amar? Quem é você quando busca o amor ? Faz escolhas sentimentais e emocionais? Sua capacidade de amar vai depender da capacidade de crescer e evoluir com você mesmo, com o outro e com o mundo . Assim, encontrar essas respostas é achar um caminho para mais amor ou para um amor mais tranquilo e nutritivo. É sorte, como diria Cazuza, “quero a sorte de uma amor tranquilo”. E não é utopia. É exercício e evolução. Experimente. Porque o amor é mesmo bom demais. Segundo a neurociência, a base da nutrição da vida.