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Publicado 04/07/2018 - 10h52
PRA QUE SER IGUAL?
Parece que a questão do título é a mais grandiosa da humanidade contemporânea. Ou será que sempre foi assim, mas não se falava no assunto?
Nosso mundo é feito de contrastes, o nosso corpo físico também. Mundo e corpo têm: emocional, afetivo, cultura, o hemisfério sul, norte, leste e oeste, o masculino e o feminino, o oriente e o ocidente. São iguais.
Ao mesmo tempo, cada um tem uma alma diferente, nome, famílias, culturas, crenças, experiências, realidades e escolhas distintas, pensamentos, idéias, reações, emoções. Mas é isso: habitamos o mesmo planeta e somos homo- sapiens. Somos iguais e diferentes por natureza ( e riqueza). Então, por que será que ainda insistimos em brigar com o diferente de nós?
Se fossemos iguais, em séries, seríamos máquinas, seres automáticos. Ou, ainda pior, monstros, em busca da raça ariana, mais inteligente , mais bonita e mais competente... e consideraríamos tudo o que fosse diferente do padrão estabelecido por nós como anomalia, merecedora de fim ou de desrespeito. Já pensou nisso quando foi narcisista ou preconceituoso? Pois é...Vemos a violência e a descriminação desde o início da história do mundo que conhecemos. Logo, somos cientes de que não é o caminho certo.
Já vai tempo que temos a oportunidade de refletir, e a potência para denunciar, discutir e combater o racismo, a discriminação social, o bullying, e todo tipo de atrocidade contra o que ( para uns ou outros) é o diferente, por não ser o reflexo deles ( desses uns ou outros). Se todos aproveitarem essa oportunidade, cada vez mais, conseguiremos ser diferentes (mais felizes e preciosos) e respeitados na nossa subjetividade, e ao mesmo tempo iguais no que diz respeito aos direitos humanos.
Acredita-se que é preciso ver o escuro (útero) para ver o claro(luz do nascimento), sentir o frio para valorizar o calor, sentir a contração do nosso sistema nervoso pra sentir a expansão e o relaxamento. Que não existe alegria para quem nunca sentiu a tristeza, nem potência para quem numa foi impotente e vulnerável. Até o amor só existe para quem viveu o desamor, ao mesmo passo que o sucesso só existe com o fracasso . Já vivemos tempos terríveis com preconceito e fobias sócio culturais cruéis. Já é tempo de experimentar o oposto.
Não existe um cérebro que só reduz a produção de cortisol e só aumenta a serotonina, dopamina endorfinas e oxitocinas. Se todos fossem iguais, perderiam a função da grande dinâmica da vida . O caminho da evolução é o da aprendizagem prática e teórica, emocional, racional, intelectual, neuronal, da pele e da alma. Todo serviço tem o mesmo esquema de funcionamento, cada ser vivo tem a sua forma de aprender. Ser sempre igual é antinatural. Além de ser tedioso e compulsivo, o alimento perfeito para um ego assustado, frágil e medroso, que tem dificuldade de tocar e sentir a vida. Por que? Porque possui uma insegurança imensa diante da incerteza e da impermanência, tão características da vida quanto o oxigênio.
O “felizes para sempre” do conto de fadas , é só um desejo utópico da cultura do igual e sob controle, logo inexistente. Contudo a felicidade é mais fácil e poderosa quando compartilhada, com a aceitação, a soma e o abraço das diferenças. Porém, não se engane, ainda assim é impermanente e necessita de muitos cuidados, manutenção e flexibilidade.
A vida nos ensina a existir, a ser, a se afirmar e a brilhar no que realmente somos: seres de luz, verdadeiros e autênticos, portanto, capazes de evoluir por meio das nossa escolhas e sentimentos. Daí sugiro: sinta os seus e acolha o dos outros. Seja um não igual na sua autenticidade, no respeito e na empatia com os demais não iguais, que são diferente de você e por isso tão interessantes e necessários para o seu caminho. Reflita e expanda a mente e o valor da sua vida. Essa é a minha dica para esta semana.