A vida é bela (até quando não parece)
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Publicado 13/07/2018 - 10h40

A vida é bela (até quando não parece)

Você ainda ouve os pássaros cantando ao final de cada tarde? Ou deixou de perceber a celebração à vida que eles realizam quando o dia vai se acalmando, convidando para a reflexão e para o descanso que dá folego para o recomeço, para o próximo dia? A vida é a mais importante viagem deste planeta. Estar vivo é o maior presente do nosso tempo presente. E o que fazemos com esse tempo neste contemporâneo? Celebramos e agradecemos a abundância rotineira?
Você pode pensar que esta idéia, este convite que proponho aqui, são produtos apenas de um otimismo insistente e de uma poesia teimosa. Pode estar pensando agora nas violências, conflitos, hostilidades e outras tantas coisas que hoje permeiam a nossa rotina, a deixando mais cinza que deveria. Pode passar pela sua cabeça todas as atrocidades de todo o globo. E é esse o caminho mesmo.
Há muita sombra que gera muito medo, que nos enclausura, aparentemente para nos proteger. E aí eu trago à tona os tempos das grandes guerras, das grandes ditaduras, de outras grandes questões e violências. Apesar das frustrações, tristezas, perdas, traições, dores emocionais, humilhações, apesar das guerras, da fome e da miséria a humanidade parecia ter mais estrutura emocional e potência para enfrentar os percalços do dia a dia. Afinal, não estamos aqui à toa.
Como faziam? Creio que entendiam que a vida era bela ainda assim, e ficava mais bela toda vez que eles, na pausa se conectavam com as qualidades mais valiosa deles: tolerância, bondade, paz, fraternidade, paciência, amor. Valores humanos imprescindíveis para evolução da consciência desde sempre, e essenciais para se viver com totalidade, com o corpo, a mente, a pele, as emoções, a anima e o senso de coletivo e existência plena de conexão com o todo. O único caminho para quem deseja protagonizar a própria vida, escrever a própria história.
Chegar ao resultado dessa equação não é simples, mas é uma escolha de cada um. Bom começo é identificar os comportamentos adoecidos, sufocados pelo medo de viver. Identificar aquilo que nos separa do que é realmente leve, pulsante, relaxante e rico da vida.
Olhar para o que nos une e nos dá estrutura, que traz o sabor , o sentir e a sabedoria. Lembrar que a vida em si não julga nem destrói, não fabrica miséria nem arrogância, que tudo isso é o contrário da fluidez da vida. Nada disso tem a ver com o vivo e a vida.
É preciso olhar para dentro, escutar, sentir, limpar, transformar. Recuperar a essência para , então, um dia celebrar a alegria de viver, sem qualquer esforço, naturalmente. Importante olhar este presente -futuro, para o quanto estamos sendo moldados por um meio que nos assusta e nos ativa uma zona de alarme, que nos faz trocar o prazer de viver pelo de medo de viver. Você sabia que nunca existiu uma quantidade tão grande de transtornos emocionais e psiquiátricos? E o número não cresce só por causa da ganância da indústria farmacêutica e nem está mais evidente devidos ao bons avanços da ciência e da neurociência. Há o meio, as escolhas, há medo ...de viver.
Estamos asfixiando nosso prazer de viver. Sempre na função, na obrigação, no tem que, no automático, no todo mundo faz assim, no como funciona. Substituindo essas ilusões contemporâneas pelo prazer de viver, o querer pelo agradecer. Por isso convido para o exercício da nossa, da sua humanidade, o agradecimento, o (re)conhecimento, o gozo, a coragem. Faço o convite para que não deixemos passar a grande oportunidade de evoluir e expandir nossa consciência nesta vida, que é bela em sua complexidade e imperfeição, e mais rica e ainda mais bela em sua simplicidade e perfeição. Como disse, todas as tardes é possível ouvir um linda sinfonia para a vida. Você pode estar no centro de São Paulo ou na beira de um rio na Amazônia. É só querer. E, olha, se ecoar, reproduzir, seguir o som, mais pessoas terão a chance de experimentar essa magia.