A função dos pais é de preencher as necessidades básicas para formação da identidade e do caráter do seu filho, e não só agradar, preencher desejos. Ser pai também não é só impor regras, pressionar e corrigir erros. Mas sim , ensinar o filhos a sentir, a ler a vida e reinventar o mundo. Ensiná-los a viver com ética, bondade e verdade. Ensinar a viver a escolha da saúde e da evolução.

Hoje a educação estimula o superficial, teorias e relações econômicas em detrimento das relações humanas. Jovens são treinados para dirigir empresas, realizar tarefas, comprar, competir e ter uma profissão. E é possível se tornar um grande empresário ou líder ( se esse for o desejo) sem exercitar o autoconhecimento, falar de si mesmo e ser colaborador consigo e com o próximo? Creio que não.

A partir de um ponto de vista, a mãe é a primeira educadora , através da relação com ela aprendemos a reciprocidade, a empatia, a intimidade e o afeto. Ela é a responsável pelas primeiras impressões de calor, nutrição, afeto, segurança e conforto. Pela qualidade da nossa resiliência e da nossa vulnerabilidade.

A mãe é como uma raiz forte e profunda de uma árvore que tem a função de nos apoiar e criar uma plataforma segura para afirmação do nosso existir e do ser que somos . O pai é como o tronco da árvore que nos oferece ajuda e força para nos estruturarmos e nos segurarmos como cidadãos na vida.

Pai e mãe completam-se na missão de criar um ser humano e são essenciais. Ensinam a ética e a moral, os valores humanos e estéticos, civilidade , gentileza. Por isso, uma pessoa afetiva, organizada e estruturada, com certeza teve/tem uma boa dose de mãe e pai. Tem autonomia e independência e, ao mesmo tempo, autocritica e reflexão em relação as escolhas que toma em sua vida. Tem visão e meta na vida. Os pais que criam filhos resilientes os ajudam a corrigir caminhos e rotas, a honrar compromissos sociais e éticos.

Quando temos ou tivemos pais, temos também a possibilidade da família, da comunidade social, damos continuidade, ritmo, sons, frequências e temos muito prazer na vida, profundidade e estabilidade de humor.

Os pais tem o poder de inspirar, expirar, transpirar e orientar o outro, viver a obra através do amor.

E há os ciclos, quando você torna-se mãe, deixa de ser filha. Ao tornar-se pai, deixa de ser filho. Tudo isto nos dá um sentido muito mais amplo do que é realmente potencia e responsabilidade. Ter a oportunidade de vivenciar a continuidade nos faz experimentar um estado de graça e beleza, nos traz o sentimento de gratidão.