Ele, ela, nós - Todo ser é um livre sapiens
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Publicado 09/11/2018 - 10h25

Ele, ela, nós - Todo ser é um livre sapiens

Para o ponto de vista da psicologia e das ciências sociais, gênero é aquilo que diferencia socialmente as pessoas, associado a padrões históricos, culturais e políticos, para homens e mulheres.
Logo, gênero pode ser construído ou desconstruído, é algo mutável e não limitado, diferente do que se define nas ciências biológicas. Ser homem ou mulher é algo determinado pela modulação da cultura e não pela anatomia de seus corpos. Na biologia é definido como sinônimo de sexo masculino e sexo feminino, algo definido, na que é incapaz de explicar porque existem variáveis tão diferentes em diversas culturas.
O gênero não biológico, portanto, está ligado às relações de poder e dominação sexista que afetam todas as pessoas, seus corpos, identidades e subjetividades em um determinado tipo de cultura, meio e sentir, que podem definir a maneira como o individuo se enxerga e o gênero que se identifica mais.
 
Construir ou desconstruir conceitos de feminino e masculino é um assunto recorrente no hoje. O ideal é que esta discussão não existisse. Ao mesmo passo sendo fundamentalmente uma questão de direitos humanos e de igualdade é necessário falar sobre o assunto.
Na cultura do patriarcado que vai sendo extinguida devido a muita discussão, ação e coragem, ser mulher era associado a ser vulnerável, a ser da classe minoritária. Ser homossexual era um desvio. Passado.
Conceitos ultrapassados, criados na antiguidade em que nosso corpo, nossa beleza , nosso comportamento, nosso pensamento, era rotulado como superior ou inferior, é certo ou errado.
O hoje vai construindo um futuro em que ferramentas de expressão, transformação e uma nova identidade feminina, masculina ou ambas não só são possíveis, como são direitos. O leque se abre. Há mais diversidade, logo deve-se haver mais liberdade. É positivo demais, é preciso olhar, falar e celebrar.
Para isso, acredito que seja emergencial que todos pratiquem o autoconhecimento, a empatia, o sentir. O paradigma sobre a submissão e desvalia da mulher, sobre o medo do masculino em relação ao feminino, sobre a homossexualidade está tão dentro de cada um quanto o gênero, o sexo, a opção sexual.
Sabemos que quando entramos em contato conosco, a auto-aceitação é uma ótima consequência, assim como o aumento da autoestima, da coragem que vem com a liberdade e a empatia. Quando nos conectamos com o nosso eu, descobrimos um universo de acolhimento, que gera a vontade de compartilhar. Traçamos novos caminhos cerebrais de compreensão, de afetos e de emoções. Resolvemos vergonhas e medos. Escapamos do sequestro do ritmo do cotidiano e entendemos que a cultura do ódio ou da alienação é de fora.
O dentro , com o exercício do olhar para ele, se torna simples, é verdadeiro e belo, que nos leva a nossa essência lúdica de gêneros, de volta às nossas raízes. Um lugar em que se pode plantar com a segurança de que vai florescer. Quem olha para dentro sabe que todo ser é mulher, homem, humano. É um livre sapiens.